Uma campanha de tráfego pago é, sem dúvida, uma estratégia de Marketing Digital cada vez mais popular. Nós, entusiastas desta área, adoramos desafios e ideias criativas, e sabemos que a nossa comunidade também compartilha dessa mentalidade. Afinal, como diz o ditado, “se não podes vencê-los, junta-te a eles”! 😂
Foi com esse espírito que propusemos um desafio ao nosso formador, Pedro Mesquita: escrever o próximo artigo. Assim, de acordo com as expectativas, ele presenteou-nos com uma obra verdadeiramente fora da caixa – exatamente como gostamos.
O robot e a escova de dentes – A história de uma campanha de Tráfego Pago
A Inteligência Artificial é no mundo digital um trending topic, o recente lançamento do ChatGPT (https://chat.openai.com/) deixou-nos todos de boca aberta com as suas capacidades e fez com que muitos criadores de conteúdo sacassem as espadas, prontos para a batalha.
Incomodando até o Googlias (jogo de palavras terrível entre Google e Golias) com a ameaça de uma futura integração, entre o ChatGPT e o motor de pesquisa Bing, do concorrente Microsoft. Fazendo-nos repensar o SEO e o futuro da interação humana com a Internet.
As possibilidades são ilimitadas e hoje pedimos-lhe ajuda para nos orientar a montar uma campanha de Meta Ads (anúncios de Facebook e Instagram), testando os seus limites.
Começamos por dar ao ChatGPT alguns dados sobre o nosso negócio para que nos comece a orientar:
As boas práticas estão lá, apesar de que a referência à pesquisa por palavras-chave é uma preocupação relacionada com anúncios de Pesquisa, e não de Display como Meta Ads.
Ainda assim: TLDR (too long didn’t read) – peço-lhe que me resuma os pontos que me indicou.
Muito melhor agora! Passo a perguntas mais avançadas para testar o nível de conhecimento sobre a plataforma, seguindo a ordem de criação de uma campanha da plataforma de Meta Ads:
Apesar de não acertar no nome correto da campanha “conversão” quando se refere a “vendas”, a sugestão é correta tendo em conta o nosso tipo de negócio e sendo que não especificamos em que fase estamos:
Exato! Adapta a resposta e recomenda um tipo de campanha de reconhecimento de marca que faz sentido numa fase inicial do negócio. Abre ainda o jogo para o futuro, sendo que faz um guincho no potencial de “criar uma base de utilizadores” tão importante para campanhas de meio/fundo funil. Depois sugere, ainda, a criação de uma campanha de conversão para este público mais “morninho”.
E agora, a quem devo apontar os meus anúncios?
A segmentação é correta: saúde + higiene bucal ou compra online. Os interesses existem efetivamente na Meta Ads.
Não entra em estratégias avançadas como poderia ser um público com interesse em: saúde + higiene bucal e que também corresponda com: compra online.
Vamos agora ver qual é o tipo de posicionamento recomendado:
A resposta vaga e incompleta, faltam bastantes tipos de posicionamento. Também não propõe a possibilidade de fazermos só Facebook ou só Instagram.
Constantemente, e bem, recomenda testar diferentes elementos da campanha para entender o que funciona melhor. Dando a entender que não há soluções milagrosas, mas que diferentes configurações, têm diferentes resultados para diferentes negócios/projetos.
Decido testar os seus conhecimentos sobre o “Audience Network”, este posicionamento tão misterioso em Meta Ads:
A resposta é excelente, não diria melhor.
Passando da estratégia para a parte criativa, peço-lhe ajuda com os copys dos anúncios:
Os parágrafos são demasiado largos para um copy de um anúncio e assume português do Brasil como idioma pretendido (sendo que estou localizado em Espanha podemos perdoar). Ainda assim, pedimos que ajuste o copy para português de Portugal. Continuamos a personalizar o copy dos anúncios tendo em conta estes pormenores:
Para os últimos passos:
Não só recomenda algumas ferramentas gratuitas, como sugere a possibilidade de contratar o serviço de design/edição através de Fiverr.
Por último:
Em conclusão:
O potencial da ferramenta e outras do género (veja-se Dall-E da mesma empresa, que criou a capa deste artigo com a descrição “robot disguised as human using an electric thoothbrush”) é brutal e ambicioso.
Assim sendo, vai supor um desafio para muitas áreas, com uma mudança na sociedade moderna ao nível da calculadora, que já todos integramos nas nossas vidas e educação.
A realidade é esta, está aqui e a um custo muito reduzido, agora é adaptarmo-nos e sacar o máximo potencial. Por isso, temos um aliado e não necessariamente um substituto de um recurso humano.
Com os seus erros e imprecisões, é uma ajuda que vai-nos poupar muito tempo, para que nos concentremos em tarefas mais importantes.
Disclaimer: não recomendo montar uma campanha de Trafego Pago com copy-paste ChatGPT… ainda 😅
Pedro Mesquita – Fevereiro 2023