Quando se fala em Marketing Digital, existem alguns tópicos que são mais óbvios: gestão de redes sociais, publicidade online, marketing de conteúdo. No entanto, um dos canais mais rentáveis do digital muitas vezes fica posto de parte – nomeadamente, a otimização para motores de busca ou SEO (do inglês “Search Engine Optimization”).
A razão para isso? A otimização para motores de busca é uma área complexa, ligando competências em diversas vertentes, desde uma componente técnica à criação de conteúdo otimizado. Por isso, muitas vezes o trabalho de SEO é ignorado ou, pior, mal feito, com base em pressupostos desatualizados, interpretações erradas ou puro efeito Dunning-Kruger.
Como tal, há alguns erros básicos que são cometidos com uma regularidade alarmante e quem os comete nem se apercebe que o está a fazer. Para prevenir que faças o mesmo e te juntes ao grupo, ficam aqui os erros mais comuns e sugestões para evitá-los.
1. Não usar cabeçalhos no conteúdo
Quem já imitou um título aumentando o tamanho do texto normal e colocando-o em negrito, levante a mão. ✋
Pois é, todos nós, a certa altura, caímos nessa tendência! Só que o que funciona no Microsoft Word não funciona muito bem na Web e pode prejudicar nos motores de busca, entre os quais o Google.
Um dos componentes básicos da otimização para motores de busca é a estrutura de cada página Web. Sem ir a muito detalhe técnico, o “código-base” da Web é o HTML, uma linguagem de marcação que, entre outras coisas, ajuda os crawlers – os bots dos motores de busca, como, por exemplo, o Googlebot – a perceber o conteúdo de uma página.
Ora, quando criamos um “título” ou “subtítulo” apenas com edições visuais como negritos e tamanho do texto (através de um editor visual na Web, os chamados editores WYSIWYG, de “what you see is what you get”), o utilizador que está a ver a página pode perceber a olho que aquilo é suposto ser um título… mas os bots que estão a tentar interpretar a página não!
Pior ainda quando a página é só texto corrido sem qualquer estrutura. Tanto para o utilizador como para os crawlers dos motores de busca, é importante criar uma boa estrutura de página, com separações entre secções através destes títulos ou cabeçalhos.
Como corrigir:
Esses mesmos editores WYSIWYG tipicamente têm uma opção para colocar cabeçalhos ou, em inglês, headings. Esses headings têm vários níveis: heading 1 é o primeiro nível de cabeçalho e geralmente é usado para o título da página, heading 2 é o segundo nível e tipicamente é usado como subtítulo ou como título de cada secção na página e por aí em diante.
Portanto, para garantir uma boa estrutura de página, é necessário usar esses cabeçalhos de forma correta e criar uma ordem e uma lógica de documento que os bots dos motores de busca conseguem ler e interpretar.
2. Não otimizar a velocidade das páginas
Não somos todos programadores, pelo que este ponto pode não ser o mais fácil de implementar para todos, mas é um facto que a maior parte das páginas Web sofrem deste problema cada vez mais prioritário.
Um dos fatores avaliados pelo Google (o maior motor de busca neste lado do mundo, não estejamos com rodeios) para o posicionamento de resultados é a velocidade das páginas, sendo ideal que as mesmas estejam abaixo dos três segundos de carregamento, particularmente em ligações mais lentas – isto porque o Google pretende apresentar os melhores resultados possíveis para cada pesquisa, e uma página que demora tanto a carregar que o utilizador desiste de aceder à mesma, não é uma boa experiência para o utilizador.
A Google está tão dedicada à experiência de utilizador que, recentemente, anunciou novos fatores uniformizados para medir a mesma: os chamados Core Web Vitals, métricas quantificáveis para perceber se uma página Web tem boa user experience (UX), o que inclui a velocidade como um dos atributos, mais concretamente, o tempo de carregamento (medido pelo Largest Contentful Paint ou LCP) e o tempo até a página ser interativa (medido pelo First Input Delay, ou FID). Estes fatores eram originalmente para serem incorporados nos algoritmos de pesquisa do Google em 2020, mas, com a vinda da pandemia, foram adiados e chegarão, à partida, em junho.
Infelizmente, páginas Web rápidas são a exceção e não a regra. Isto deve-se a inúmeros fatores, mas um dos principais é a proliferação de sistemas de gestão de conteúdo (Content Management Systems ou CMS), como o famoso WordPress. Esses sistemas, por si só, não são terríveis (e até o WordPress consegue ser extremamente rápido quando bem otimizado!), mas o facto de serem complementados com plug-ins às vezes excessivos ou temas visualmente muito dinâmicos e apelativos que pagam por isso em desempenho leva a websites muito pesados e muito lentos.
Como corrigir:
Tal como referido, na otimização para motores de busca, este não é um problema de solução fácil e depende de muitas circunstâncias, mas ficam algumas dicas.
No caso de usares um CMS como WordPress, para além de identificares e desativares plug-ins que não estão a contribuir com nada de relevante e estão a prejudicar ativamente a plataforma a nível de velocidade, podes recorrer também a outros plug-ins que fazem exatamente o contrário – isto é, servem para otimizar uma plataforma Web a nível de desempenho.
A nível de sugestões mais gerais, uma dica sempre válida é avaliar o código JavaScript que está a ser executado na página, pois, muitas vezes, é código que não é vital para o site funcionar e serve apenas para fins estéticos, podendo até ser carregado assincronamente (isto é, em paralelo com o resto da página, em vez de bloquear todo o carregamento para ser executado).
3. Mudar a estrutura do site sem fazer os redirecionamentos primeiro
Este é um erro muito mais específico, mas extremamente comum quando uma empresa cria ou contrata alguém para desenvolver um novo website para substituir um antigo.
Na maior parte das vezes, a atualização da plataforma Web de uma marca, seja essa um site estático, uma loja online ou outro, implica uma reformulação completa da mesma, o que inclui a estrutura do site, particularmente a nível dos URL (coloquialmente, os links para cada página). Por exemplo, temos uma página fulcral para o nosso site cuja ligação era “domínio do site/os-nossos-servicos” que é substituída por outra, se calhar com conteúdo até semelhante ou reaproveitado, mas que agora se encontra em “domínio do site/servicos”.
Ora, regra geral, assume-se sempre que os motores de busca não são relevantes nesta situação e fazem-se as alterações todas sem ter os mesmos em conta. A consequência disso é que, tipicamente, o tráfego orgânico (isto é, não-pago) que o site antigamente recebia para “misteriosamente” desaparecer pouco depois, levando a pânico generalizado na empresa que contratou o site, sem saber o que aconteceu. Isto é extremamente grave, em particular, para lojas online, cujo tráfego orgânico traz vendas extremamente rentáveis!
Como corrigir:
O que acontece aqui é simples (para quem sabe): tal como a estrutura interna de cada página é importante para SEO, também a estrutura de um website no teu todo é importante para motores de busca.
Os crawlers dos motores de busca encontram as páginas que estão disponíveis publicamente do teu site e enviam para o motor de busca para fazer a indexação. Estas ficam gravadas pelos URL que tiverem na altura, pelo que, se essa página de repente muda de ligação sem dar qualquer indicação aos motores de busca, os mesmos “pensam” que a página simplesmente… desapareceu! Como tal, todo o tráfego que essas páginas recebiam naturalmente pára de ser enviado para o teu site, levando a uma quebra no tráfego orgânico.
A maneira de evitar que isso aconteça é fazer o que se chama de redirecionamentos, que, basicamente, consiste em avisar os navegadores e os motores de busca que a página que estava em A agora encontra-se em B. Este trata-se de um redirecionamento 301, que é o código para dizer que uma página foi movida permanentemente.
Esta é daquelas situações em que mais vale prevenir do que remediar, por isso, caso estejas a planear ou já ativamente em processo de mudança do teu site, garante que os redirecionamentos estão a ser preparados para que o teu site cresça em vez de diminuir!
4. Não colocar o texto alternativo apropriado nas imagens
Todos os websites, sejam de que tipo forem – blogues, e-commerce, sites institucionais, etc. –, contêm imagens. As imagens são uma parte integrante da Web e, como tal, também têm impacto a nível de otimização para motores de busca. No entanto, nem sempre são otimizadas para tal.
Uma das principais desvantagens inerentes às imagens para motores de busca é… serem imagens! Um crawler lê código e, embora já consiga discernir certo conteúdo a partir da própria imagem através de inteligência artificial e machine learning, ainda tem uma clara desvantagem face a olhos humanos.
Dito isso, existe um atributo de HTML que lhe permite perceber o conteúdo de uma imagem com maior clareza: o texto alternativo. Também conhecido como alt text (pelo facto de ser um atributo “alt” no código HTML da imagem), este texto permite essencialmente escrever um resumo do conteúdo de cada imagem (ou, em certos casos, dizer aos motores de busca que é uma imagem meramente decorativa e não precisa de descrição). Para além disso, é importantíssimo a nível de acessibilidade para utilizadores invisuais, que recorrem a software leitor de ecrã (screen readers) para perceber a página.
Este ponto é muitas vezes ignorado por simples desconhecimento, já que, tipicamente, não é obrigatório para colocar uma imagem online e ninguém nasce ensinado. Mas agora que já sabes, podes evitar cair no mesmo erro!
Como corrigir:
Os mesmos editores que te permitem colocar imagens no teu site ou loja online incluem, geralmente, um campo a preencher designado algo como “Texto alternativo”. Portanto, para colocar o texto necessário para que motores de busca (e não só) percebam o sentido das tuas imagens, basta preencher esse campo.
Tem em conta que existem certas boas práticas para tal, que é um dos tópicos abordados no curso de SEO do Factory Braga!
Aprende tudo o que precisas de saber para chegar ao primeiro lugar.
Estas foram apenas algumas dicas para evitar os erros comuns de SEO, mas não chegam nem de perto a abordar todos os pontos necessários para tentar alcançar o famigerado primeiro lugar nos resultados de pesquisa que realmente importam para o teu projeto.
Se quiseres aprender a conseguir resultados através da otimização para motores de busca, inscreve-te no curso de SEO do Factory Braga! Juntos, navegaremos este maravilhoso mundo de algoritmos e otimizações, para que tenhas todo o conhecimento e ferramentas necessários para o sucesso no Google.
Artigo escrito por: Diogo Ferreira formador dos Cursos de SEO e Marketing Digital.